O Quociente de Inteligência (QI) é um valor obtido por meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) de um sujeito. Não sendo por isso, mais do que a expressão do nível de habilidade de um indivíduo num determinado momento em relação ao padrão (ou normas) comum à sua faixa etária, considerando-se sempre que a inteligência de um indivíduo, em qualquer momento, é sempre o "produto" final de uma complexa sequência de interações entre fatores ambientais e hereditários.
Podendo ser solicitada para fins profissionais, académicos, clínicos e/ou criminais, a Avaliação de QI, apoia-se fortemente em testes psicológicos que mensuram da inteligência e que não fogem à regra da psicometria (resultando de um vínculo fortíssimo gerando entre a Estatística e a Psicologia).
Sendo importante referirmos que os citados testes, devem ser selecionados de acordo com as características do cliente e o motivo da consulta.
Atualmente, os mais comummente utilizados são os seguintes: Escala Binet-Simon de inteligência; Escala de Stanford Binet; WAIS - Escala Wechsler para Adultos; WISC - Escala de Inteligência Wechsler para Crianças; Matrizes Progressivas de Raven; Escala de maturidade mental Colúmbia; Prancha de Formas de Séguin; Teste de labirintos de Porteus; Cubos de Kohs; Teste de aptidões Específicas DAT.
Para além do que já foi referido anteriormente, é igualmente importante referirmos que a compreensão da neurobiologia da inteligência pode-nos auxiliar a compreender as complexas relações entre inteligência e saúde, considerando que, apesar das influencias de fatores (de risco) ambientais, educação, ambiente familiar, existem fortes evidências de que o córtex pré-frontal lateral e, possivelmente, outras estruturas e áreas do cérebro, estão associadas ao comportamento inteligente.
Acreditando-se que pessoas com um Q.I. elevado, quando adultas, apresentam menores índices de morbilidade e mortalidade, menor risco de sofrerem de desordens de stress pós-traumático, depressão e esquizofrenia, sendo mais propensos a padecerem de transtorno obsessivo-compulsivo.
Deste modo, para além da importância que a determinação de um valor de QI pode ter para a realização de uma avaliação psico-educacional ou para a conclusão/interpretação de uma tramitação forense, em ultimo caso, esta medida também poderá ser importante como medida de prevenção e diagnóstico e como sinal de facto de risco psicopatológico, ajudando o clínico a estabelecer um diagnóstico mais ajustado e um prognóstico mais rigoroso.